Que cachorro que não gosta de passear e ser paparicado conhecer outras pessoas (humanas e caninas)? E sem estar preso a uma coleira! Pois bem, no comecinho de Fevereiro resolvemos levar nossos filhos caninos até o Parcão, ao lado do Museu Oscar Niemeyer, para a primeira experiência de liberdade deles.
Não foi uma experiência fácil, mas foi incrivelmente recompensadora!
Saindo de casa eu já estava com o coração na boca. Nós sempre passeamos com os dois – ao menos uma vez por dia, a menos que esteja chovendo – mas sempre com coleira e guia. Desde que estão com a gente eles nunca haviam andado por aí livres, leves e soltos. Meu maior medo (porque eu sou medrosa e fico apavorada com várias coisas, admito) é que eles acabem indo para a rua e sejam atropelados, como bons cães de apartamento que são.
Esse foi um dos principais motivos para a escolha do Parcão como primeiro local de liberdade deles: é bem amplo, com muita grama e um estacionamento antes de chegar na rua.
Preparamos uma bolsa com tudo o que precisaríamos: uma garrafa d’água para eles, carteira e celulares. Bem leve e prática para não atrapalhar caso nós tivéssemos que sair correndo atrás deles (sim, eu estava com medo).
Chegando lá bem cedinho – por volta das 8:30 da manhã de domingo, para evitar ter muita gente e muitos cães – e escolhemos um lugar tranquilo para soltá-los. Eu revisei mentalmente todos os meus planos caso eles resolvessem ignorar o comando “junto”, memorizei todos os lugares para onde eles poderiam correr e respirei fundo. Soltamos as guias deles, mantendo as coleiras com as placas de identificação de cada um (com nome deles e o nosso telefone), e eu rezando para eles não saírem em disparada. Sério, não sei como a Sabrina conseguia ficar tão calma!
Eles levaram alguns instantes para perceber que não estavam mais presos a nós. E então foram explorar o mundo.
Cada um para um lado, é lógico.
Eu não sabia atrás de quem eu ia, se eu ficava parada esperando eles voltarem, se eu chamava os dois desesperadamente. Por fim eu saí correndo atrás do Thor. Para nossa sorte e meu alívio, bastava chamar e abrir os braços para ele vir correndo em nossa direção.
Com a Frigga foi um pouco mais difícil. Ela ignorava o “junto”, os braços abertos funcionavam só de vez em quando… Mas isso durou só enquanto ela estava correndo e cheirando tudo enlouquecidamente. Depois que ela cansou e se acalmou um pouco, ela passou a responder aos nossos chamados e meu desespero passou também.
Outra coisa que me tranquilizou foi a reação deles a outros cães. Aos poucos mais gente foi chegando e eles puderam finalmente se encontrar com mais cachorros soltos. No começo eu fiquei com medo de que a Frigga se estranhasse com outros animais, porque na coleira ela é meio estressada se outros cães chegam perto. Então, quando o primeiro cachorro apareceu, um pouco menor do que ela, eu tentei ficar por perto para não deixar que ela desse uma mordida.
A interação foi muito mais tranquila do que eu imaginava. Ela não saiu brincando nem morreu de amores pelo novo conhecido, mas também não mordeu o focinho dele nem se arrepiou inteira. O tempo todo ela preferiu explorar o local sozinha, com aquela expressão diva que só ela sabe fazer.
O Thor é bem mais dado, mas ele ficou meio sem saber o que fazer. A carinha dele era de “eu quero brincar mas não sei por onde começar!”, e ele parecia bem em dúvida se podia brincar do jeito que ele brinca com a Frigga em casa. Mesmo assim ele cheirou todos os cachorros, foi cheirado por todos, pulou nos outros donos… como o bom sem vergonha que ele é! 🙂
Foi uma experiência muito gratificante para mim. Soltar os dois em um parque com mais cachorros me ensinou a confiar mais neles e a ensiná-los melhor sempre que tenho um tempo disponível. Hoje eles estão muito mais sociáveis e brincalhões. Obedientes? Talvez.
Como foi a primeira vez que seus pets saíram para passear?